Por Kauana Araújo
Como março é o mês em que comemoramos as movimentações e luta em prol dos direitos das mulheres, resolvemos entrar em comemorações e separamos 3 escritoras francesas para você começar a ler agora – e dividir os aprendizados com os amigos. Afinal, é sempre bom compartilhar cultura e conhecimento. Vamos a elas?
Simone de Beauvoir (1908 – 1986) Começamos com ela, Simone Lucie-Ernestine-Marie Bertrand de Beauvoir, mais conhecida como Simone de Beauvoir! A grande escritora francesa nasceu em Paris, em 1908 e também faleceu na capital, em 1986. Ela foi escritora, filósofa, intelectual, ativista e professora, além de integrante do movimento existencialista francês. É muito provável que você já tenha ouvido sobre ela, afinal, ela foi considerada uma das maiores teóricas do feminismo moderno.
Ela escreveu romances, ensaios, biografias, autobiografias e monografias sobre filosofia, política e questões sociais. Um de seus livros mais conhecidos foi “O Segundo Sexo”, escrito em 1949, uma análise detalhada da opressão das mulheres vivida pelas mulheres na sociedade e a opressão feminina num mundo dominado pelo homem. O livro foi considerado agressivo e incluído na lista negra do Vaticano. Além deste, escreveu “A Convidada”, seu primeiro romance, “O Sangue dos Outros”, “Memórias de uma moça bem-comportada”, “Uma Morte Suave”, “A Mulher Desiludida”, “A Velhice” e outros. Também escreveu “Os Mandarins, em 1954, em que Simone retrata a sociedade francesa no pós-guerra onde temas políticos, morais e intelectuais são discutidos pela autora. Com essa obra, Beauvoir recebeu o Prêmio Goncourt.
Uma de suas frases mais famosas é “Ninguém nasce mulher: torna-se mulher”.
Marguerite Duras (1914 – 1996)
A próxima escritora é Marguerite Duras, cujo pseudônimo era Marguerite Donnadieu, nascida na Indochina Francesa e falecida em Paris. Marguerite, assim como Simone, estava à frente de seu tempo e foi romancista, novelista, roteirista, poeta, diretora de cinema e também dramaturga francesa. É considerada uma das principais vozes femininas da literatura do século XX na Europa.
Marguerite estudou Direito e Ciência Políticas na Sorbonne, em Paris e durante a Segunda Guerra Mundial, engajou-se na resistência francesa contra os nazistas, e filiou-se ao Partido Comunista.
Foi em 1943 que publicou o seu primeiro livro, denominado “Os Imprudentes” e em 1944, publicou “A vida tranquila”. Foi em 1950 que publicou a obra que a tornou conhecida “Uma Barragem Contra o Pacífico”, uma narrativa repleta de lembranças de sua infância. Pouco tempo depois, publicou novelas psicológicas, como “O Marinheiro Gibraltar” e “Os Cavalinhos da Tarquínia”, as quais revelou a sua percepção aguda na realidade exterior.Deixou em seu legado peças de teatro, roteiros de cinema, contos, e romances (cerca de 50!) existencialistas, onde teve maior popularidade internacional, apesar de ter sido bem acolhida pela crítica em todos os segmentos. E ainda que não tenha se declarado feminista, ela traz a mulher em suas obras como protagonista, além de perpetuar uma crítica ao silecionamento protagonizado pela mulher.
Olympe de Gouges (1748 – 1793)
Viajamos um pouco mais na história e trazemos Marie de Gouze, cujo pseudônimo foi Olympe de Gouges, nome pelo qual é reconhecida até hoje. Dramaturga, escritora, ativista política e abolicionista francesa, Olympe foi uma pioneira e importante feminista francesa, cujo escritos alcançaram uma enorme audiência. Olympe foi uma vanguardista e defensora da democracia e dos direitos das mulheres. Em 1971, escreveu a obra “Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã”, e nele, se opôs ao patriarcado de época e ao modo pelo qual a relação entre homem e mulher se expressava na “Declaração dos Direitos do Humano e do Cidadão”, durante a Revolução Francesa. Olympe defendia a emancipação das mulheres, a instituição do divórcio e o fim da escravatura.Foi por conta de sua obra e ativismo político que Olympe recebeu uma das piores sentenças de morte: a guilhotina. A data do julgamento aconteceu em 1793, quando os jacobinos prenderam os girondinos e seus aliados, levando-os para a guilhotina. Seu pensamento registrou um momento em que o arqueofeminismo[3] pareceu caminhar para seu objetivo de devolver às mulheres os direitos dos quais haviam sido privados por uma longa dominação masculina. E, suas obras percorrem desde escritos políticos e manifestos, até peças de teatro. Escreveu “L’esclave des noirs”, em 1785, “Le marché des noirs”, em 1790 e até sobre o confinamento das mulheres “Le Couvent ou les væux forcés”, em 1790.Antes de ser executada, Olympe repetiu uma frase que já tinha divulgado em panfleto: “Se a mulher tem o direito de subir ao cadafalso (ou guilhotina), ela deve ter igualmente o direito de subir à tribuna”. E aí, gostou do texto? Conte para a gente nos comentários! E sim, um feliz mês das mulheres a todas!
Kauana Araújo – Jornalista e redatora site: donasdoasfalto.comTel: 11 9 88363232 – 25037112